Blog do Estudante de Atuariais: Análise textual
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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Como fazer Correção de Análise Textual

A análise é de minha autoria, portanto, não há necessidade de citar fonte.




segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Nexos Coesivos

Estudo de nexos coesivos

 

A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido são manifestadas, sobretudo por certa categoria de palavras, as quais são chamadas nexos ou elementos de coesão.

Palavras-chave: coesão; conexão; texto.

O presente artigo tem como objetivo apresentar a importância dos nexos coesivos na produção textual. Tem como objetivo auxiliar estudantes em dissertações e outros tipos de texto. Valeremos-nos, para tanto, de uma crônica retirada do Jornal Zero Hora e de uma tira de Luís Fernando Veríssimo.

Leia o texto e observe as palavras em negrito.

Crônica da final do Mundial

Publicada em Zero Hora no dia 18 de dezembro de 2006

São mais de 12 mil quilômetros de diâmetro, de um pólo ao outro. A área total ultrapassa os 510 milhões de quilômetros quadrados. O lar de seis bilhões de almas. É um vasto mundo, e ele todo cabe dentro do Estádio Beira-Rio, na Avenida Padre Cacique, 891, sede do Sport Club Internacional. Porque, desde ontem, 17 de dezembro de 2006, o Planeta Terra tem novo dono, um dono gaúcho, vermelho, colorado: o Inter. O Inter é campeão do mundo. O Inter é campeão do mundo!

Eis um título Irretorquível. Pois o Inter derrubou um gigante, na noite fria do Estádio de Yokohama, quente manhã de Porto Alegre. Aos pés do Colorado prostrou-se o poderoso Barcelona, de Ronaldinho, Deco e Iniesta, abatidos não apenas pelo gol de Adriano Gabiru, aos 82 minutos de partida, mas por um grupo inteiro, uma equipe coesa, que trabalhou sério e duro para vencer.

Essa diferença entre o Inter e o Barcelona ficou evidente já no início do jogo. Aos 40 segundos, Ronaldinho enquadrou o corpo, enviou um lançamento em diagonal para o outro lado do campo e a torcida no estádio uivou de admiração. Poucos minutos depois, Ronaldinho deu um passe de calcanhar, e os japoneses e espanhóis quase chegaram ao êxtase. O Barcelona tinha vindo ao Japão para brilhar. O Inter veio para vencer.

Os jogadores do Inter estavam concentrados nas tarefas de contenção dos habilidosos jogadores do Barcelona. Haviam visto os teipes de quatro jogos do inimigo nos últimos dois dias. Sabiam o que fazer. Ceará cuidava de Ronaldinho, auxiliado por Wellington Monteiro ou Índio. Alex perseguia Deco. Edinho, na sobra, era o guardião da zaga. Do meio para frente, porém, o Inter não jogava bem. Fernandão, Iarley e Alexandre Pato não conseguiam desenvolver seu jogo, e Alex errava passes ao tentar ligar o meio-campo com o ataque.

O Barcelona tocava a bola sem pressa. Ela rodava de um lado a outro do campo, voltava aos zagueiros, saía na maioria das vezes com ala esquerdo Gio, chegava a Ronaldinho e a partir de Ronaldinho alguma jogada acontecia. Assim foi aos 18 minutos, quando Clemer defendeu com dificuldades um chute de Gio e Ronaldinho por pouco não marcou no rebote; aos 19, quando Ronaldinho entrou na área a drible e simulou pênalti; aos 22, quando Ronaldinho cabeceou por cima do travessão. O Barcelona seguiu pressionando, tentando, insistindo, mas sem muita contundência. O Inter estava atento.

O primeiro tempo terminou com o Inter saindo de campo aliviado. O Barcelona havia sido contido. No intervalo, Abel Braga tirou Alex e colocou Vargas, enquanto Frank Rijkaard substituiu Zambrotta por Belletti. Depois da partida, um jogador do Inter contou que a entrada de Belletti causou graves problemas à defesa colorada.

—Não sei como o Belletti é reserva — disse o jogador. — Ele joga muito mais do que o Zambrotta.

Belletti jogou muito mais que Zambrotta, de fato. Rompia o sistema de marcação do Inter pelo lado direito, ia à linha de fundo e criava lances de perigo um atrás do outro. No afã de contê-lo, e de conter os demais jogadores do time catalão, o Inter foi se desmontando. Alexandre Pato saiu aos 15 e Luiz Adriano entrou em seu lugar. Aos 25, Fernandão caiu, sentindo cãibras. No mesmo momento, Índio se chocou com Edinho e rolou pela grama, com o nariz quebrado. Foi retirado de campo, sangrando, para atendimento. Durante cinco minutos, o Inter ficou sem seu zagueiro central e com seu capitão mal conseguindo manter-se de pé em campo. E o Barcelona pressionava: aos 28 minutos, Iniesta chutou com violência, no ângulo, e Clemer espalmou para escanteio, fazendo a mais importante defesa da noite.

— Meu negócio é decisão! — festejou Clemer, mais tarde, lembrando-se desta defesa.

Aos 29 minutos, Xavi invadiu a área a drible e Edinho salvou. Aos 30, Fernandão foi substituído, afinal, por Adriano Gabiru. Três dos jogadores mais técnicos do Inter, Fernandão, Pato e Alex, estavam fora. Sobrara Iarley. E foi Iarley quem assumiu o jogo, quem passou a explorar as subidas de Belletti e a lancetar o Barcelona pelo lado esquerdo. Foi Iarley quem recuperou a bola aos 37 minutos, na intermediária de ataque, levantou a cabeça e viu Luiz Adriano abrindo para um lado e Adriano Gabiru para o outro, confundindo os zagueiros adversários, exatamente como foi ensaiado desde a sexta-feira. O passe foi na direção de Gabiru, que chutou à meia-altura. O goleiro ainda tocou na bola, mas ela foi para o fundo do gol. O gol do título. O gol que deu ao Inter a Terra toda, do seu ponto mais alto, o Everest, no Nepal, com 8.848 metros de altura, ao abismo mais profundo do Oceano Pacífico, com 10.900 metros de escuridão; do lugar mais seco, o deserto de Atacama, onde já houve uma estiagem de 15 séculos, ao mais chuvoso, o Monte Waialeale, no Hawai, em que chove 360 dias por ano; das terras mais quentes, em El Azizi, na Líbia, que já registrou 58ºC, às mais frias, da Estação Vostok, na Antártica, onde a temperatura um dia caiu a 89,2ºC abaixo de zero. Isso tudo o Inter conquistou, neste domingo, no Japão. Isso tudo será guardado, de ora em diante, e por muito tempo mais, dentro do Gigante da Beira-Rio.

O texto é bem construído, contém um vasto número de elementos de retomada, todavia é pobre no uso dos nexos propriamente ditos. São usadas várias vezes a palavra “mas”, poderia, por óbvio, o autor, se valer das outras conjunções adversativas.  Contudo, a conexão interna não foi prejudicada.

Em uma outra análise, vemos que o texto contém as regras de coerência:

-Mantém a ordem cronológica;

-Segue uma ordem descritiva;

-Tem as ligações entre as informações já enunciadas;

-Não se contradiz;

-Não escamoteia a realidade;

Observe, agora, a tira:


O nexo “como” é fundamental para o entendimento da tira. Sua supressão traria prejuízo.  Neste caso, ele se compara aos outros do mesmo signo. A palavra “como” é um curinga e também um vilão na hora de estabelecer a qual classificação de conjunção ela pertence. É preciso prestar atenção no contexto apresentado.

O estudo dos nexos coesivos é bem mais abrangente, necessitaríamos de diversas páginas para qualificar cada um deles. O importante é salientar que o estudante, ou até mesmo o educador, deve ter um mínimo de conhecimento sobre o assunto para as redações, por exemplo. O uso das conjunções é um pouco traiçoeiro, mal usados, podem tornar o texto ambíguo, e não pode ficar restrito a uma tabela decorada pelo aluno. Deve ser entendido o assunto que está lendo. As conexões de sentido entre uma parte e outra do texto se dá através dos nexos usados de forma correta.

Referências bibliográficas:

Material fornecido pela professora Viviane Sobral, na Ufrgs;

http://neguinha7.vilabol.uol.com.br/conjuncao/pag3.html

Jornal Zero Hora

Terra Magazine

Anexo:

Tabela de Nexos:

a) CAUSAIS: porque, pois, porquanto, como [= porque], pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto como, que, etc.

Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.

b) COMPARATIVAS: que, do que (depois de mais, menos, maior, menor, melhor, pior) qual (depois de tal), quanto (depois de tanto), como, assim como, bem como, como se, que nem. 

Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.

c) CONCESSIVAS: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que, que, etc.

É todo graça, embora as pernas não ajudem...
d) CONDICIONAIS: se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que, etc.
       Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.
e) CONFORMATIVAS: conforme, como [= conforme], segundo, consoante, etc.:
    Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece...
f) CONSECUTIVAS: que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que.
    Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.
g) FINAIS: para que, a fim de que, porque [= para que], que.
    Fiz-lhe sinal que se calasse...
h) PROPORCIONAIS: à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais... (mais), quanto mais... (tanto mais), quanto mais... (menos), quanto mais... (tanto menos), quanto menos... (menos), quanto menos... (tanto menos), quanto menos... (mais), quanto menos... (tanto mais)
    Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
i) TEMPORAIS: quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.
   Implicou comigo assim que me viu.
j) INTEGRANTES: que, se.
Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando incerteza, se:
    Afirmo que sou estudante.
    Não sei se existe ou se dói.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Acordo ortográfico: o que muda na língua portuguesa a partir de 2009

A partir desta quinta-feira (1º), o novo acordo ortográfico da língua portuguesa começará a fazer parte do nosso cotidiano. Governos e empresas brasileiras terão quatro anos para incorporar de forma gradual as mudanças sugeridas. Já em Portugal, esse prazo será maior: de seis anos. Veja o que muda na língua portuguesa com o novo acordo ortográfico.

Apesar do longo período, muitas editoras nacionais de livros e de revistas se adiantam para adotar as novas regras. O Abril.com passará a adotar as novas propostas também a partir do primeiro dia do ano. Já o governo federal, por exemplo, promete atualizar todos os livros escolares já para o ano letivo de 2010.

Proposto pela Comunidade dos Povos de Língua Portuguesa (CPLP), o acordo pretende uniformizar a ortografia dos oito países falantes do idioma (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste). Juntos, eles somam uma população estimada em 230 milhões de pessoas (sendo 190 milhões só do Brasil). Com o acordo, a língua portuguesa deixará de ser a única com duas ortografias e poderá ser classificada como idioma oficial na Unesco.

A discussão sobre essa unificação não é de agora. A primeira iniciativa em conjunto com todos os países lusófonos foi encabeçada pelo governo brasileiro em 1986 (só o Timor Leste ficou de fora, porque ainda não era um país independente). O acordo proposto à época era ousado, com intenção de unificação de 99,5% do vocabulário - no acordo atual, essa porcentagem é de 98%. Entre as regras, existia uma, por exemplo, que acabava com o acento agudo em todas as palavras proparoxítonas e paroxítonas. Assim, numa tacada só. Exemplo: “grávida” e “pedágio”, respectivamente, perderiam seus acentos. Só as oxítonas escapariam do escalpe. Portugal não concordou com a proposta.

Dois anos depois, esse projeto incorporou concessões de Portugal e deu origem ao anteprojeto do acordo ortográfico que será adotado agora. Em 1990, ele foi assinado por todos os países falantes da língua portuguesa. De lá para cá, sofreu algumas modificações e, a partir de 2004, a maioria dos povos lusófonos ratificou o documento. São eles, na sequência: Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe e Portugal, que foi o último a aderir, em agosto de 2008, o que, aliás, acelerou o processo de adoção de fato das novas regras com o estabelecimento de um cronograma oficial para implantação.

Mas a sociedade portuguesa ainda está reticente. Enxerga o acordo como uma autorização para o “abrasileiramento” de sua língua-mãe. Para o professor Pasquale Cipro Neto, ainda há uma possibilidade real de desistência de Portugal: “Embora o presidente português já tenha sancionado a lei, há uma forte resistência popular, de intelectuais, formadores de opinião e de editoras de lá. O que seria um acordo de unificação pode distanciar ainda mais a língua”, diz. Assim iriam por água abaixo as metas previstas pela unificação: aproximar os países lusófonos para negócios futuros, reduzir os custos com a produção e adaptação de livros e simplificar algumas regras gramaticais.

Mas nem era para tanto estardalhaço. Colocadas na ponta do lápis, as mudanças são pequenas: vão afetar 0,43% do vocabulário brasileiro e 1,42% do português. As novas regras incluem mudanças de acentuação, a eliminação do trema, empregos diferentes para o hífen, entre outros novos padrões. “Pela força do hábito, os novos padrões serão incorporados gradualmente, assim como já aconteceu antes”, opina Eduardo Lopes, professor de língua portuguesa do Curso Anglo Vestibulares.

Críticas
Apesar de não serem muitas, as mudanças propostas pelo novo acordo têm gerado polêmica entre gramáticos, dicionaristas e editores brasileiros. O professor Pasquale condena o decreto: “[O acordo] é inútil. Os custos dessa mudança são muito maiores que os benefícios. Será preciso reescrever tudo. Criará uma instabilidade na grafia, os meios de comunicação sofrem. Isso só aumenta a confusão da língua”, afirma.

O hífen, por exemplo, vai continuar a existir com novas regras - e continuar a atrapalhar a vida do brasileiro. “A melhor saída para resolver as dúvidas ainda será a consulta”, diz Pasquale. Perdeu-se a oportunidade de se fazer “uma regra mais econômica e simples de emprego do hífen”, na visão do professor Eduardo Lopes.

Paulo Geiger, coordenador do projeto digital do dicionário Caldas Aulete, da Lexikon Editora, acredita que o acordo só vai confundir a cabeça dos falantes daqui, mas isso será passageiro: “Há uma grande celeuma em torno disso, mas na verdade é uma coisa muito simples. Uma vez absorvida a regra, não há o que temer”, afirma. A versão online do dicionário já passa por alterações desde a primeira semana de outubro deste ano.

Para Geiger, o acordo não garantirá a unificação do idioma entre os países que falam português: “Algumas formas ortográficas existentes hoje no Brasil e em Portugal continuam valendo. São os casos de “Antônio” e “polêmico”, que se escrevem com acento agudo em Portugal (“António” e “polémico”). Além disso, a semântica vai continuar a mesma. A 'fila' do Brasil vai continuar sendo a 'bicha' de Portugal”, afirma.

O acordo também esconde algumas imprecisões. As regras para o emprego do hífen são, de longe, as que acumulam mais interrogações. Pelo acordo, nas formações em que o prefixo termina em vogal diferente, o hífen cai. Mas e as que terminam com consoantes iguais, como “sub-bloco”, ou “sub-base”, por exemplo? Elas vão ficar com um duplo b, tipo “subbloco” e “subbase”? Não há menção no acordo.

Outra regra atesta que todas as palavras de espécies biológicas e geológicas formadas por justaposição devem levar o hífen. Mas a palavra “madressilva” continua sem ele...

A lista com as mudanças, divulgada pela CPLP, não relacionou todos os exemplos possíveis para cada regra. Isso, na visão dos especialistas da língua, é bem ruim. Um enigmático “etc.” figura no fim de todas as listas de exemplos divulgadas, o que não tem ajudado na consulta e solução de dúvidas que vêm surgindo.

http://www.abril.com.br/noticias/brasil/acordo-ortografico-muda-lingua-portuguesa-partir-2009-411817.shtml