Reportagem 1:
Para brasilianistas,
desigualdade enfraquece crescimento
Especialistas ouvidos
pela BBC Brasil apontam ainda para melhoria da educação como chave para
desenvolvimento.
O
Brasil precisa resolver o problema da desigualdade social e melhorar a
qualidade da educação pública para poder atingir um nível de desenvolvimento de
país rico, na avaliação de acadêmicos consultados pela BBC Brasil como parte da
série “O Que Falta ao Brasil?” que discute os desafios do país para se tornar
uma nação desenvolvida.
"A
desigualdade é o maior problema, porque ela enfraquece o crescimento econômico,
leva a altos níveis de criminalidade e insegurança, e força o país a gastar
seus escassos recursos com polícia e prisões", afirma o americano Barry
Ames, diretor do departamento de ciência política da Universidade de Pittsburgh
e especialista em Brasil no Centro de Estudos Latino-Americanos da instituição.
Para
Ames, programas como o Bolsa Família não são suficientes para mudar a situação
significativamente.
Ele
defende uma posição mais ativa do governo para resolver o problema.
"No
atual clima econômico mundial, a organização sindical não é capaz de levar a
aumentos significativos nos salários reais, e o Brasil ainda está muito
atrasado nas melhorias na qualidade da educação de massa para fazer uma
diferença verdadeira", afirma.
"O
Brasil não pode resolver seus problemas de desigualdade pelas forças do mercado
ou institucionais, então seu governo precisa aumentar sua capacidade
burocrática ao mesmo tempo em que reduz a corrupção e o clientelismo",
diz.
Recursos
intelectuais
O
espanhol Gonzálo Gómez Dacal, diretor do Centro de Estudos Brasileiros da
Universidade de Salamanca, a "melhoria substancial" da educação
primária e secundária públicas é necessária para "colocar em produção os
recursos intelectuais de toda a população".
"Uma
grande parte da população não chega, apesar do talento, à formação
superior", comenta. Para ele, se isso ocorresse, o país se beneficiaria
"da capacidade de criação das pessoas inteligentes que formam parte das
camadas mais desfavorecidas da população".
Em
sua avaliação, para conseguir enfrentar o desafio da melhoria da educação
pública no país, é necessário também "tornar mais equitativa a
distribuição da riqueza e as condições de bem-estar social e material dos
cidadãos".
Para
Detlef Nolte, professor da Universidade de Hamburgo e diretor do Instituto de
Estudos Latino-Americanos da GIGA (German Institute of Global and Area
Studies), "reduzir a diferença entre os ricos e os pobres ainda é o maior
desafio para o Brasil se tornar uma nação realmente desenvolvida".
No
campo político, Nolte diz que o Brasil já se tornou uma força importante no
campo internacional, mas deveria no futuro ter uma posição mais ativa na
mediação de conflitos na América do Sul e bancar uma maior parcela dos custos
da integração regional.
"Com
isso, o papel de líder da região se tornará mais aceitável para seus
vizinhos", afirma.
Portal
G1 Globo - 28/09/2010 07h16 - Atualizado em 28/09/2010 07h16
Características
e Disfunções da Burocracia
Características da Burocracia
Max Weber
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Onde encontrada:
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Especialização
da administração
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“...
governo precisa aumentar sua capacidade burocrática”
|
Centralização do
poder estatal
|
“...defende uma posição mais ativa do governo
para resolver o problema”
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Disfunções da Burocracia
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Onde encontrada:
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Merton: A ação social possui um paradoxo básico
entre os efeitos desejados e os efeitos imprevistos
|
"...programas
como o Bolsa Família não são suficientes para mudar a situação
significativamente.”
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"No
atual clima econômico mundial, a organização sindical não é capaz de levar a
aumentos significativos nos salários reais..."
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Crozier: As soluções organizacionais são
contingentes, indeterminadas e mudam com o tempo
|
“...e o
Brasil está muito atrasado nas melhorias na qualidade da educação de massa
para fazer uma diferença verdadeira”
|
Crozier: Mudança como processo de criação de um novo
sistema de regras e normas pelos atores sociais
|
“...o Brasil já se
tornou uma força importante no campo internacional, mas deveria no futuro ter
uma posição mais ativa na mediação de conflitos na América do Sul e bancar
uma maior parcela dos custos da integração regional.”
|
Reportagem 2:
Atletas com bom desempenho receberão bolsa de até R$ 15 mil
A
medida provisória foi assinada nesta segunda (20) pelo presidente Lula.
Foram criadas duas novas categorias no programa Bolsa Atleta.
O
presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta segunda-feira (20) uma
medida provisória que amplia o programa Bolsa Atleta e prevê benefícios de até
R$ 15 mil para esportistas com bom desempenho. A nova lei também modifica as
regras para repasses de porcentagem da arrecadação de loterias federais para as
confederações esportivas.
Com
a MP, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Comitê Paraolímpico Brasileiro
(CPB) receberão as verbas mediante a assinatura de um contrato gerencial com
metas a serem cumpridas pelas confederações. A legislação prevê que 2% da
arrecadação em loterias devem ser destinados ao esporte, sendo que 85% são
repassados ao COB e 15%, ao CPB. Os percentuais não serão modificados pela
medida provisória.
A
MP assinada por Lula prevê a criação de duas novas categorias no Bolsa Atleta,
o Atleta Pódio e o Atleta de Base. Os esportistas que estejam nas primeiras 20
posições do ranking mundial em modalidades contempladas pelos Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos receberão bolsas de até R$ 15 mil. Os benefícios serão válidos
por quatro anos ou enquanto o atleta permanecer bem posicionado no ranking. Os
casos de beneficiários serão definidos pelo governo federal, confederações,
juntamente com patrocinadores, segundo o Ministério do Esporte.
O
bolsa Atleta Base, por sua vez, prevê benefício mensal de R$ 370 a esportistas em destaque
em categorias iniciantes de todas as modalidades. Segundo o ministro do
Esporte, Orlando Silva, o objetivo é investir US$ 900 milhões no treinamento e
formação de atletas até as Olimpíadas de 2016.
A
medida provisória acaba ainda com a proibição de patrocínio aos atletas que
recebem as bolsas federais. O objetivo é fazer com que o Bolsa Atleta seja mais
uma fonte de recursos para estimular o esporte no país. O atleta que desejar
receber os recursos do governo terá que passar por exame antidoping. As
mudanças entram em vigor em 2012.
Em
discurso, Lula disse que o Brasil precisa investir de forma sistemática no
esporte. Segundo ele, a aplicação de recursos na formação de atletas
brasileiros sempre dependeu da "boa vontade dos governantes". "É
preciso atingir investimentos perenes nos esportes. [...] O Estado e as
empresas públicas têm que bancar o acesso ao esporte", defendeu.
Cidade
Esportiva
A
MP assinada nesta segunda também cria o programa Cidade Esportiva, que prevê
parcerias com estados e municípios com o objetivo de criar espaços para a
formação de atletas. O foco será em modalidades previstas nos Jogos Olímpicos e
Paraolímpicos.
Características da
Burocracia
Max Weber
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Onde encontrada:
|
Caráter
legal das normas e regulamentos: baseado em legislação própria. Regras e
normas previamente estabelecidas.
|
“...uma medida
provisória”
|
“A
nova lei também modifica as regras para repasses...”
|
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Competência técnica e Meritocracia: escolha baseada no mérito e
na
competência técnica, não em preferências pessoais |
“Os esportistas que
estejam nas primeiras 20 posições do ranking mundial (...) receberão bolsas
de até R$ 15 mil.”
|
A
remuneração deve ser igual para o exercício de cargos e funções semelhantes
|
“O bolsa atleta prevê benefício mensal de R$ 370,00 a
esportistas em destaque em categorias iniciantes de todas as modalidades.”
|
Objetivos
explícitos e estrutura formalizada
|
“...receberão
as verbas mediante a assinatura de um contrato gerencial com metas a serem
cumpridas pelas confederações.”
|
Direitos
e deveres baseados no princípio da igualdade burocrática, evitando o
clientelismo
|
“Os casos de beneficiários serão definidos pelo
governo federal, confederações, juntamente com patrocinadores, segundo o
Ministério do Esporte.”
|
Disfunções da
Burocracia
|
Onde
encontrada:
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Selznick: Atores sociais são
recalcitrantes e resistem ao controle social, devendo ser levados a cooperar
|
“....a
aplicação de recursos na formação de atletas brasileiros sempre dependeu da "boa
vontade dos governantes". É preciso atingir investimentos perenes nos
esportes. [...] O Estado e as empresas públicas têm que bancar o acesso ao
esporte".
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Crozier: A ação coletiva é
um construto social
|
“...prevê
parcerias com estados e municípios com o objetivo de criar espaços para a
formação de atletas.”
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Reportagem 3:
Em caderno especial, 'Financial Times' destaca resistência do Brasil à
crise
Caderno no jornal
britânico fala do consumo no país. Crises no Congresso também são examinadas
pelo diário.
O
jornal britânico de economia “Financial Times” publica nesta terça-feira (7)
caderno especial de quatro páginas sobre o Brasil. Com a reportagem principal
intitulada “Dançando através da crise econômica global”, o especial destaca a
resistência da economia brasileira à crise.
O “FT”
destaca que o consumo resiste a cair no país apesar da crise e fala do
crescimento no Nordeste. No entanto, diz o jornal, a indústria automotiva
sofreu com a falta de crédito e as vendas de carros só melhoraram após o
governo injetar dinheiro na economia e reduzir imposto sobre os veículos. Segundo
o jornal, o Brasil é “uma democracia madura, com uma economia diversificada,
uma população jovem e adaptável que comemora empregos cada vez mais estáveis e
renda em alta”.
Por outro lado, o “FT” diz que “também é um Brasil em que
velhos meus hábitos demoram a morrer e onde autoridades ainda se contentam em,
como diz a expressão brasileira, empurrar problemas fiscais complicados com a
barriga”. “E o fato de que o Brasil parece estar saindo da crise global mais
rápido que o esperado não significa que nenhum estrago foi feito e nem que o
país está imune a novas retrações globais”, afirma o jornal. A reportagem destaca ainda que o governo
recentemente passou a ter déficit em vez de superávit primário e que a lista de
reformas consideradas estratégicas desde o governo de Fernando Henrique Cardoso
ainda não foram feitas. Outro texto do especial do “FT” fala sobre as crises na
política brasileira, destacando as acusações recentes a José Sarney, presidente
do Senado. “É difícil reconciliar essa ganância e corrupção antigas com o
Brasil moderno emergindo no palco mundial como um exemplo de governo de
sucesso. No entanto, esses dois Brasis coexistem”, diz o jornal.
Mantega
O jornal
publica ainda uma entrevista com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em que
ele destaca as medidas tomadas pelo governo contra a crise, como a redução do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre carros, material de
construção e eletrodomésticos, injeção de dinheiro na economia.
O ministro disse ainda que o governo vai reduzir os custos do emprego no país, abolindo encargos de 25,5% sobre os salários, pagos pelos empregadores.
O ministro disse ainda que o governo vai reduzir os custos do emprego no país, abolindo encargos de 25,5% sobre os salários, pagos pelos empregadores.
Mercados
Um dos
textos do especial do “FT” diz que, no auge da crise, apesar de investidores
terem vendido em massa seus ativos, os mercados funcionaram. O jornal destaca
as regras mais rígidas no país do que em países desenvolvidos, que ajudaram a
manter as bolsas funcionando através da crise. O “FT” diz que a BM&FBovespa
age como câmara de compensação entre as partes que negociam na bolsa,
aumentando a confiança nas operações. Além disso, operadores têm que informar
as autoridades sobre as posições de seus clientes e fundos têm que se registrar
junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e informar sua estratégia de
investimento.
Os bancos
também operam de forma mais conservadora no Brasil do que em outros países,
segundo o jornal. Mas, para o “FT”, as autoridades ainda enfrentam desafios
como baixar o “spread” (diferença entre os juros pagos pelos bancos para captar
dinheiro e os juros cobrados dos clientes).
Portal G1 Globo - São
Paulo - 07/07/09 - 10h45 - Atualizado em 07/07/09 - 10h56
Características da Burocracia
Max Weber
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Onde encontrada:
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Caráter legal das
normas e regulamentos: baseado em legislação própria. Regras e normas
previamente estabelecidas.
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“O jornal destaca as regras mais rígidas no país do que
em países desenvolvidos, que ajudaram a manter as bolsas funcionando através
da crise”.
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Objetivos
explícitos e estrutura formalizada
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“...operadores têm
que informar as autoridades sobre as posições de seus clientes e fundos, têm
que se registrar junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e informar sua
estratégia de investimento”.
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Disfunções da Burocracia
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Onde encontrada:
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Selznick: A burocracia não é
rígida e estática, mas sim adaptável e dinâmica, adaptando-se ao ambiente
externo.
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“...medidas tomadas pelo governo contra a
crise, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre
carros, material de construção e eletrodomésticos, injeção de dinheiro na
economia”.
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Merton: Contradições produzem tensões nas
organizações
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“acusações recentes (...) ganância e
corrupção (...) Brasil moderno, esses dois Brasis coexistem”
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Referências
Motta,
Fernando Cláudio Prestes; Vasconcelos, Isabella F. Gouveia de. Teoria Geral da Administração - 3ª
Edição. 2006. Editora Thomson
Pioneira
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