Com uma
extensão continental, o Brasil possui 8 bacias hidrográficas, 13% da água doce
mundial, além de uma imensa costa que percorre 17 estados brasileiros. Com este
potencial aqüífero, o país produziu, em 2010, 1 milhão de toneladas de peixes,
o que significa 0,03% dos 93 bilhões de dólares comercializados no mundo.
Para
elencarmos os principais locais de encontro para negociação e trocas e saber
quem são os compradores e vendedores neste negócio em franca expansão, faremos,
a seguir, uma síntese do panorama nacional.
Os
parques aquícolas estão se constituindo em grandes produtores de peixes e,
desta forma, começa ali, a negociação em muitos estados brasileiros.
Os
microprodutores repassam sua produção para a população e também para consumo
próprio, se existem muitos destes microprodutores em uma determinada região,
pode-se observar a concorrência perfeita. A produção e o consumo, neste caso,
não tem uma delimitação geográfica, pois, pode-se perceber, inclusive a troca entre
os produtores, a Amazônia é um bom exemplo.
No
norte do país, por carecer de atividades econômicas sustentáveis e depender de
pesca artesanal, que é sazonal e está cada vez mais decadente. Está se
investindo na produção de peixe em cativeiro, que pode ser feita em tanques ou
diretamente nos cercamentos de áreas nos rios. Transportados aos grandes
centros para comercialização in natura nos mercados públicos.
Representando
os estados do nordeste, citamos o Sergipe e o Piauí. Este último realiza o
Festival do Caranguejo. Um bom exemplo, pois neste festival é transformado e
comercializado em pratos típicos. São criados e vendidos aos hotéis e
restaurantes por cooperativas de catadores.
Em
Vitória, ES, na região sudeste, os pescadores receberam treinamento e estão se
transformando em piscicultores. Desta forma, eles se juntam e compõem
associações com o objetivo de comercializar em restaurantes das próprias
associações. Quando o peixe é colocado no prato, preparado de qualquer forma
que seja, agrega-se valor ao produto, resultando em maiores lucros.
Estado
famoso por abrigar uma grande quantidade de rios, lagos e lagoas o Mato Grosso
do Sul é referência em comercialização de pescado. Deste estado podemos
destacar a produção na forma de pesque-pague, a maior parte dela segue para os
estados da região sul mais os estados de São Paulo e Minas Gerais.
Além
destas culturas supracitadas, observamos diversos meios de negociação: como os
mercados públicos nas capitais dos estados, as feiras que alavancam as vendas na
época da semana santa, os supermercados que comercializam das mais variadas
formas: inteiro, em posta, filé e congelado. Nas regiões portuárias existem
feiras e mercados. Os pescadores de fim-de-semana, que pescam para o próprio
consumo. Ou os mais recentes, como as temakerias, que trazem os pratos da
culinária japonesa para o ocidente.
Isto
posto, pode-se concluir que existem diversos tipos de peixes, produzidos de
formas variadas em todas as regiões do Brasil, mesmo assim, a oferta de peixe
para o brasileiro é insuficiente, pelos mais diversos motivos. De qualquer
forma, a demanda é grande e o investimento é retorno garantido, apesar da
desconfiança na higiene e da falta de cultura na hora escolher a carne para a
compra.
Região Macronorte do Estado do RS
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