Fundamentos da Economia / Marco Antônio S. Vasconcellos,
Manuel E. Garcia – 3ª ed. – São Paulo: Saraiva, 2008.
1. Produção e Custos
Este texto
trata das teorias para os cálculos de maximização de custos em uma atividade
produtiva. Para tanto, utiliza os conceitos econômicos, contábeis e de
metodologia básica de custos, apresentando tabelas e gráficos que traduzem
estas análises.
O conteúdo se
divide em 3 grandes capítulos, quais sejam: Teoria da Produção, Custos de
Produção e Maximização dos Lucros. Utiliza-se de uma narrativa direta e
técnica, explicando cada item de cálculo de forma direta, dando bastante
enfoque para os primeiros dois capítulos, pois, do entendimento destes, fica
mais fácil a sua aplicação para o último capítulo, ou seja, para o cálculo da
maximização dos lucros.
Teoria da Produção:
Produção
é o processo de transformação de insumos em produtos finalizados. Pode-se
dividir em produção física e prestação de serviços. O objetivo aqui é alcançar
a maior eficiência econômica possível. Supondo que a empresa esteja trabalhando
eficientemente, os custos irão variar em função da mão-de-obra e do capital
investido.
Os custos
fixos e variáveis se constituem na divisão ampla em que os fixos são mais
difíceis de serem diminuídos, pois são, em geral, os relacionados às
instalações da empresa e só se conseguiria diminuir no curto prazo; os custos
variáveis são relativos ao volume de produção e pode diminuir facilmente, mas
geralmente, acarretando em uma diminuição da produção.
A análise de curto prazo se divide em produtividade
total, média e marginal; para cada uma delas existem fórmulas de variação
para cálculos e tomada de decisão.
Um conceito importante para os economistas é a Lei
dos rendimentos decrescentes que consiste em elevar a quantidade do fator
variável, permanecendo fixa a quantidade dos demais fatores, a produção
inicialmente aumentará a taxas decrescentes; a seguir, depois de certa
quantidade utilizada do fator variável, continuará a crescer a taxas
decrescentes; continuando o incremento da utilização do fator variável, a
produção total chegará a um máximo, para depois decrescer. Esta lei é um
fenômeno de curto prazo, mas se aumentarmos os custos fixos, passará para uma
análise de longo prazo.
A hipótese de que todos os fatores são variáveis caracteriza
a análise de longo prazo dando origem aos conceitos de economias ou
deseconomias de escala. As causas geradores desses fatores são a maior
especialização do trabalho e a indivisibilidade entre os fatores de produção.
Custos
de Produção:
Para otimizar os resultados de uma empresa deve-se
levar em consideração dois objetivos: a) maximizar a produção para um dado
custo total e; b) minimizar o custo total para um dado nível de produção.
Os custos
totais da produção são divididos em custos variáveis totais e custos fixos
totais que também são divididos em curto e longo prazo.
As principais
diferenças entre a visão econômica e a visão contábil-financeira estão nos
seguintes conceitos: custos de oportunidades e custos contábeis;
externalidades (custos privados e sociais) e custos e despesas.
Os custos contábeis são os normalmente
conhecidos na contabilidade privada, ou seja, são custos explícitos, que sempre
evoluem um dispêndio monetário. É o gasto efetivo, explícito, na compra ou
aluguel, contabilizado no balanço da empresa.
Já, os custos
de oportunidade são implícitos, relativos aos insumos que pertencem à empresa e
que não envolvem desembolso monetário. São estimados a partir do que poderia
ser ganho no melhor uso alternativo. Existem fórmulas para calcular este custo.
As economias
externas podem ser definidas como as alterações de custos e benefícios para a
sociedade derivadas da produção das empresas, ou também como as alterações de
custos e receitas da empresa devidas a fatores externos.
Na teoria microeconômica
tradicional, não é feita uma distinção rigorosa entre os conceitos de custos e
despesas, como é feito na contabilidade.
Maximização
dos Lucros:
Define-se lucro
total como a diferença entre as receitas de vendas e seus custos totais de
produção; receita marginal como o acréscimo da receita total da empresa
quando essa vende uma unidade adicional do seu produto e custo marginal
é o acréscimo do custo total de produção da empresa quando essa produz uma
unidade adicional do seu produto. Sinteticamente, sendo a receita marginal
maior que o custo marginal o empresário terá interesse em aumentar a sua
produção, chegando no máximo, ao equilíbrio onde:
RMg = CMg
RMg: receita marginal;
CMg: custo marginal;
Desse modo, seu lucro total será máximo.
Para finalizar,
outro conceito importante é o Ponto de Equilíbrio, que representa o
nível de produção em que a receita total é igual ao custo total (lucro zero), e
a partir do qual a empresa passa a gerar lucros, contudo, ele é um conceito
essencialmente contábil, pois não considera o custo de oportunidade, como fazem
os economistas.
2. Estruturas de Mercado
Esta segunda parte trata
das estruturas de mercado e suas características, fazendo a divisão dos tipos
de concorrência e seus conceitos.
As várias
formas ou estruturas de mercado dependem fundamentalmente de 3 características:
a) número
de empresas que compõem esse mercado;
b) tipo
do produto;
c) barreiras
de acesso às novas empresas nesse mercado.
Para tais modelos pressupõe que
todas as empresas maximizem o lucro.
Concorrência
pura ou perfeita: há um grande número de vendedores de tal forma que apenas
uma não afeta a oferta do mercado nem o preço de equilíbrio. Suas
características são o mercado com grande número de empresas, produtos
homogêneos, não existem barreiras e todas as informações sobre lucros e preços
são conhecidos por todos os participantes do mercado.
Deve-se
salientar que, na realidade, não existe o mercado tipicamente de
concorrência perfeita, sendo talvez o mercado de produtos
hortifrutigranjeiros o exemplo mais próximo.
Monopólio: é o oposto
da concorrência perfeita. Nele existe um único empresário. A curva de demanda
da empresa é a própria curva da demanda do mercado como um todo. Ela determina
o preço de equilíbrio. Contudo, isso não significa que o monopolista poderá
aumentar seus preços indefinidamente, pois, se o preço se elevar em demasia,
pesará muito no orçamento dos consumidores, que tenderão a consumir menos desse
produto.
Para que
exista o monopólio, deve haver barreiras que impeçam a entrada de novas firmas
no mercado, quais sejam: exigência de elevado volume de capital, patentes e
controle de matérias primas básicas.
Oligopólio:
é um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de
empresas que dominam a oferta de mercado. O setor produtivo brasileiro é
altamente oligopolizado: montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria
de bebidas, química e farmacêutica, dentre outros exemplos.
Um tipo de
oligopólio comum é o cartel que é uma organização de produtores dentro
de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ela
pertencem.
Também, há
empresas líderes que fixam preços respeitando a estrutura de custo das demais
que é chamado de liderança de preços.
É possível
dividir em mais dois nichos que são os oligopólios com produtos diferenciados e
com produtos homogêneos.
Concorrência
monopolística: é uma estrutura intermediária entre a perfeita e o
monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio e tem como características
existir um número relativamente grande de empresas e a margem de manobra para
fixação dos preços não muito ampla.
Estruturas de mercado de fatores
de produção:
a) concorrência
perfeita no mercado de fatores corresponde àquele em que o fator de produção é
abundante o que torna o preço constante;
b) monopólio
no mercado de fatores quando há um monopolista na venda de insumos;
c) oligopólio
no mercado de fatores quando poucas empresas produzem um determinado insumo;
d) monopsônio
que há somente um comprador para muitos fornecedores;
e) oligopsônio
em que há poucos compradores negociando com muitos vendedores;
f) monopólio
bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra de um fator de produção,
defronta com um monopolista na venda desse fator.
No Brasil, desde os anos 1960, existem diversas
legislações que procuram coibir os abusos de poder econômico em defesa da
concorrência e da proteção aos consumidores. Quando se prova que a limitação da
concorrência não propicia ganhos aos consumidores em termos de menores preços
pode-se determinar que os negócios entre empresas (compra, fusão) sejam
desfeitos.
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