1.3. Comparação dos efeitos
econômicos
1.3.1. Elevação da carga tributária
Cadeia de efeitos:
Elevação da carga tributária
Redução da renda disponível no
presente
Redução no consumo atual
Conclusão: a geração presente arca
com o ônus integralmente.
1.3.2. Endividamento
Cadeia de efeitos:
Endividamento
Manutenção da renda disponível no
presente e manutenção do consumo atual.
Para colocar o novo empréstimo,
governo deve oferecer taxas de juros mais elevadas. (Elevação da taxa de juros)
A poupança será dirigida para
títulos públicos, em detrimento dos investimentos privados ("crowding-out
effect").
Conclusão: a geração futura arcará
com o ônus da elevação da carga tributária no futuro para amortizar a dívida
realizada no presente.
1.4.
Déficit nominal zero, como alcançá-lo no Brasil?
Um debate que
apresenta soluções divergentes sob o ponto de vista teórico.
Abaixo, uma visão sintética a respeito:
Conceito de déficit nominal: soma
entre o déficit ou superávit primário com as despesas com juros.
Item/visão
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Ortodoxos
|
Heterodoxos
|
Fontes (literatura)
|
Giambiagi, F.; Além, A. C.. Finanças públicas: teoria e prática no
Brasil. 2. Ed. Rio de Janeiro, Campus, 2000.
Fávero, C.; Giavazzi, F. Why are Brazil’s interest rate so high?
IGIER, Universita Bocconi, Milan, Italy, 2002. Mimeografado.
Delfim Netto, A.; Giambiagi, F. O Brasil precisa de uma agenda de
consenso. Boletim de Conjuntura, IPEA, 2005. (Nota técnica).
|
Bresser-Pereira, L. C.; Nakano, Y. Yna estratégia de desenvolvimento
com liberdade. Revista de Economia Política, v. 22, n.3, p. 146-180, jul/set.
2002.
Gobetti, S.; Amado, A. Ajuste fiscal no Brasil: algumas
considerações de caráter pós-keynesiano. In: Encontro Nacional de Economia
Política, 13, 2008, João Pessoa. Anais ... João Pessoa, 2008, p. 1-25.
Hermann, J. Ascensão e queda da política fiscal: de Keynes ao ‘autismo fiscal’ dos anos 1990-2000. In:
Encontro Nacional de Economia da ANPEC, 24, 2006, Salvador. Anais...
Salvador, 2006.
|
Solução
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Elevar superávit primário
|
Reduzir a taxa de juros, mediante o controle de capitais que torne a
política monetária doméstica independente.
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Lógica
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Com superávit crescente, governo garante credibilidade e assim cai a
taxa de juros, reduzindo o déficit nominal.
|
Redução da taxa de juros estimula os investimentos privados e públicos,
crescendo o produto e o emprego, elevando a arrecadação, tornando processo
sustentável ao longo do tempo.
|
Política de juros
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Manter alta, para evitar a inflação, operacionalizando a Regra de
Taylor e/ou via apreciação da moeda, atraindo capitais externos que
desvalorizam o dólar.
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Elevação de juros contraproducente, pois inibe a capacidade
produtiva da economia e da produção, com custo social pela restrição ao
crescimento e ao emprego.
|
Característica
|
Solicitam redução do papel ativo do Estado na política fiscal, que,
ao provocar aumento da dívida, representa pressão inflacionária.
Dominância fiscal da política monetária (Sargent e Wallace, 1981) e
da teoria fiscal do nível de preços (Woodford, 1998).
|
A alta taxa de juros pressiona
a dívida pública e impede que ela caia mais facilmente. As altas taxas de juros da política
monetária precisam cair para garantir
a redução do déficit nominal. Dominância monetária da política fiscal.
|
Fonte: Mariana de Lourdes
Moreira Lopes & Maria de Lourdes Rollemberg Mello. O debate sobre a redução
do déficit nominal no Brasil: uma crítica pós-keynesiana. In: Nova Economia,
Belo Horizonte, 21(1), p. 67-1003, janeiro-abril de 2011.
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